segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Homossexualidade | Onde você guarda o seu preconceito?




O texto de hoje do Daniel não se trata de  apologia a nada. Cada um sabe da própria necessidade em ter uma vida secreta. Ter direito a vivenciar e manifestar a própria sexualidade (homo, bi ou hetero) é apenas um dos muitos direitos constitucionais do cidadão, mas… Você já parou para refletir como isso ainda é tabu para muitos? E você, já parou para pensar no assunto?


 
Ser ou Ser?!
 “Eu vim recrutar vocês!”

Quem assistiu o filme Milk com certeza lembra desse bordão utilizado por Harvey Milk. O filme conta a história desse homem real que me fascinou. Ele foi um executivo que depois dos 40 anos largou sua vida em Nova Iorque para viver em São Francisco com o namorado e se tornar então o primeiro homossexual declarado a ser eleito para um cargo público na Califórnia.

O filme é brilhante e consegue mostrar a luta dos gays por seus direitos nos anos 70. Um dos muitos momentos que me chamaram a atenção no filme é um no qual Milk diz que os gays precisam “sair do armário”, pois se as pessoas souberem que conhecem, convivem e amam um gay então elas seriam contra a violência contra os homossexuais.
Achei muito interessante e ambígua essa questão, afinal ao mesmo tempo que nós gays – e incluo sempre na palavra gay toda a comunidade GLBT – estamos nos protegendo da sociedade quando nos camuflamos, estamos também aumentando o preconceito e deixando de mostrar para as pessoas que somos gays e não existe nada de errado nisso.
Não é minha intenção me aprofundar no filme, com certeza são muitos os assuntos para serem discutidos e refletidos. Independente da (homos)sexualidade Milk é um filme sobre política e sobre a busca pelos direitos humanos, uma luta pela igualdade. Fica aqui para quem ainda não assistiu a indicação, “Milk, a voz da igualdade”, vale a pena ver e rever.

O que eu posso fazer hoje? Cabe a cada um, hétero ou homossexual (assumido ou não), pensar no que se pode fazer hoje dentro dos limites de cada um para ajudar na luta contra o preconceito.
Outra certeza é de que homossexualidade não é doença, portanto é errado falar homossexualismo, o certo é homossexualidade, pois o sufixo ismo indica doença. Se homossexualidade não é doença não deve ser procurada uma cura e nem um tratamento. Muito menos um exorcista para expulsar um espirito maligno do corpo, honey, definitivamente não, risos.



Uma dica para conviver bem com um filho ou amigo gay é agir com naturalidade e sinceridade. Se você não sabe o que fazer procure ajuda, muitos pais já passaram por isso e não é vergonhoso querer entender melhor a sexualidade do seu filho. A Internet facilita muita coisa hoje, existe muita informação e é importante que ela chegue para as pessoas que precisam dela.
A homofobia é uma das muitas formas do preconceito. Nós somos responsáveis por mudar a sociedade e a nossa maneira de pensar. Lembrando um comercial que assisti repito a pergunta, onde você guarda o seu preconceito?
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Daniel é analista de sistemas, tem 21 anos e mora em SP. Como blogueiro encontrou no mundo virtual uma maneira de misturar razão e sentimentos para mostrar que ser gay é absolutamente normal.
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