segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Internet, Sexo e Informação

Há mais de vinte anos atrás…

Bate-papo entre amigas sexualmente ativas:

-Ei que anti-concepcional você toma?
- Olha, eu não estou saindo com ninguém… Não estou me entupindo de hormônios sem necessidade, só camisinha mesmo. Vai que pinta um clima?
- Ah, eu tomo “wxyz”, a fulana me indicou é ótimo! Além do mais, se o carinha ver que estou com camisinha na bolsa vai pensar que eu sou galinha.
- Ah, dane-se o cara, que pense o que quiser, eu só não quero filho. E essa coisa de “fulana” indicar pílula é furada, hein… Vai engordar igual uma porca. Foi no ginecologista?
- Nem morta, pra minha mãe saber? Pra ela eu ainda sou moça…
 Lendo o diálogo acima dou um suspiro desconsolado. Felizes os tempos em que as únicas preocupações de uma adolescente sexualmente ativa era simplesmente não engravidar ou a mãe descobrir. Hoje, em tempos que uma primeira relação sexual desprevenida pode te levar a contrair doenças (AIDS , Hepatite B, C…) que te levarão a um controle para o resto da vida, isso se não levar à morte, relembrar este tipo de diálogo dá até uma certa nostalgia…

A Internet e o Comportamente Sexual do Brasileiro

O Ministério da Saúde divulgou dados de uma pesquisa recente sobre o comportamento sexual do brasileiro. Entre setembro e novembro de 2008, cerca de 8 mil pessoas (homens e mulheres de 14 a 64 anos) de cinco regiões diferentes responderam a uma pesquisa que visa auxiliar o governo em uma política mais eficaz de prevenção à AIDS. Pretendo fazer alguns textos sobre o assunto com mais calma. Por hora, quero apenas comentar algumas coisinhas.

Dos dados coletados, alguns relacionados à internet me chamaram bastante atenção. Na verdade, não necessariamente os dados, mas a admissão por parte do governo em coletiva oficial de existir necessidade em  utilizar as redes sociais online (sites e serviços como Twitter, Orkut, Facebook, Google Friend Connect ou mesmo “parques” de blogs como o Wordpress.com), como aliadas nas campanhas de informação e prevenção.

Uma coisa nova, que surge, é a Internet como espaço de encontro, o que vai exigir do governo novas estratégias, novas abordagens para lidar com essa realidade”, afirmou o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, na apresentação do estudo, que contou com a participação do secretário de Vigilância em Saúde, Gerson Penna, e da diretora do Departamento de DST/AIDS do Ministério, Mariângela Simão. ” Em sites de relacionamento, Orkut, blogs e outros espaços na rede mundial de computadores o Ministério vai ter de entrar e levar informações, discutir, entrar em debates“.
Fonte: Portal da Saúde

A Internet Como Fonte de Informação Sexual

É fato para qualquer um que tenha acesso a computadores que há muito os blogs e sites que abordam o erotismo passaram a ter um papel muito mais importante e como fonte de informação sexual do que pais, amigos e familiares. O A Vida Secreta nasceu justamente como uma proposta de cobrir este vácuo na educação sexual e para ser fonte de informação e referência confiável e segura na blogosfera ligada à sexo, sexualidade, erotismo e educação sexual, com a maior segurança e privacidade possível. Temos até um B.eabá do Sexo.

Enquanto algumas amigas, de 14 e 16 anos, são fãs de sites de revistas como Capricho com as eternas dúvidas adolescentes. Minha colega, de 62 anos, dentro do estilo de leitura que a interessa é um exemplo que busca informação pela internet. Além dos grandes portais, jornais e revistas que acessa diariamente, tem no site Velhos Amigos uma ótima fonte de informação. O site é simples, entre vários assuntos, o sexo  tem matéria em destaque na home. Particularmente, senti falta de  informação (pelo menos neste texto)  quanto ao sexo casual e uso de preservativos. Não dá pra negar essa possibilidade só por ser terceira idade. Ah! No entanto, achei muito interessante o fato de existir um banner na home que leva a uma sex shop.  Boa sacação!


Buscar informação na internet pode até não ser a fonte mais confiável, mas certamente é a mais fácil e que causa menos danos sociais. Sei que é uma opinião estranha, mas vou explicar.

No caso de adolescentes, a maioria prefere se informar na net para não se comprometer com os responsáveis ou “pagar mico” entre os colegas da mesma idade por não dominar o assunto. E no caso de adultos, a busca de informação com privacidade e relativo anonimato, evita um maior comprometimento e possível julgamento de pessoas próximas.

Nem todos tem acesso a boas publicações, de qualidade e credibilidade. Ou mesmo a um mix tão grande de informações relacionadas à sexualidade. Por isso, essa atitude do governo,  através do Ministério da Saúde, em admitir a validade e necessidade de fazer uso das mídias sociais como apoio na divulgação de campanhas de prevenção é um grande passo.
Subestimar o poder  informativo de redes sociais é preconceito, talvez até negligência. Felizmente eles parecem ter acordado.
 


Um comentário:

~*Rebeca*~ disse...

A internet é uma rede mundial poderosa e quando é usada pra levar informação, desse tipo, fica bacana tanta tecnologia.

Beijo grande, menina linda.

Rebeca

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